28 fevereiro 2008

hoje, quero

quero contar,
contar os carros que rasgam com luzes as luzes da noite,
contar lisboa e o rio e os gritos nas ruas
contar as rugas mais belas dos velhos risos,
contar a mão de alguém: os nós, os dedos, a pele seca,
contar que às vezes, ca dentro um nó na barriga, leva ao coração o riso,
contar que nem sempre se chora, porque se mudam os óculos
com que se vê o mundo
contar que o nervosinho que corrói o estômago
é a melhor sensação do mundo

26 fevereiro 2008

a casa.

-Olha desculpa, posso-te fazer uma pergunta?- obviamente, ele não disse palavra. então o puto contínuou a falar - És um livro? é que a minha mãe disse-me que os livros são velhos, deitam pó, são misteriosos e contam estórias..
- Mas desde quando é que eu, alguma vez, te contei uma estória?
- Tu não, mas os teus olhos já, e a tua janela também. contaram-me a estória de uma casa velha, misteriosa, que deita pó e que conta estórias..





(*) é qualquer coisa como isto que vou concorrer ao C.L. da A.P.

22 fevereiro 2008

Parabéns, campeão!




21 fevereiro 2008

as minhas lágrimas são invisíveis. escorrem invisíveis. é burrice tentar fazer com que tu as vejas. tu só acrediats no que vês ou então no que exprimentas. Já exprimentaste lágrimas invisíveis?

19 fevereiro 2008

13 fevereiro 2008

sentado ia, mais uma vez, eu. ias à minha frente e só no fim da viagem é que percebi, só no fim da viagem é que olhei para as tuas mãos nojentas, de unhas negras enormes, esburacadas, dedos finos e brancos. tu próprio nem parecias vê-las. vivias como se nada fosse, como se as tuas mãos não fossem tão aterrorizadoras como as de um assasssino que nada mais faz, sem ser matar com as próprias mãos:
- as mãos são o que se dá. todas são feias. ninguém gosta das suas mãos. tu só sabes ver o nojo, mas há quem as acolha.
Engoli em seco, continuei, a olhar para cima ou a fechar os olhos para não te ver, nem a ti nem às mãos, mas especialmente: nem aos olhos que me envergonhariam.

11 fevereiro 2008

Um encolhido ousar

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