28 janeiro 2008

andas perdida de mim

como é que eu me vou agarrar à tua mão? eu sei que tenho, que é bom para ti, mas principalmente para mim. o problema é que não sei quem és e não sei se sou eu que te tenho de escolher. se for, vai ser complicado, eu só sei pintar tudo e todos de preto, provavelmente para tentar fazer contraste com o meu insignificante cinzento (escuro). pois, já sei. os outros também são cinzentos, provavelmente até mais claros do que eu, mas eu não quero ver e não vejo.vais aparecer e eu não te vou ver. mas eu quero a tua mão, independentemente de quem sejas. não escondo que tenho medo de não te saber escolher, não escondo: sou medroso. sei que tenho de perceber que não tenho de te salvar, mas que tu tens me salvar a mim, porque eu estou sujo, usado e frio. quero tanto e preciso tanto, tanto. não há nada que custe mais que reter tudo cá dentro, tudo encaixotado no coração, já tão pesado e saturado de sofrer que já não cabem mais sorrisos. perciso tanto de ti e da tua mão, para que possa agarrar o braço e encostar a cabeça. hoje, encosto a cabeça na almofada molhada de lágrimas e ninguém percebe, ninguém percebe, só tu, que andas perdida de mim, que não te queres mostrar. eu sei que mais tarde ou mais cedo a queda vai ser maior, que nem lágrimas vão correr, que não vai haver força para chorar e é por isso que anseio tanto chegues. que me esvazies o coração cheio e sujo, que mo enchas de ti até rebentar de tanto amor.

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