07 outubro 2009

sobre a morte






sou forçado hoje a pensar na morte. não me deixam hipóteses. não há grandes coisas a dizer. a morte é o fim de uma coisa que brilha. de uma vida de pessoas, bicletas, rios, mares, montes, flores, livros, discos, dias, meses. ninguém nega que é o fim de uma coisa imperfeita, mas que bela coisa imperfeita! que vontade louca de aqui ficar para sempre.

aqueles que não choram com a morte ou são infelizes ou não sabem o que fazem! caramba, por muito que haja o que houver depois, mesmo que a esperança e a fé encham o coração, nunca vai deixar de ser uma despedida, como num cais.

hoje, digo, então, adeus aos que foram embora, a todos. imagino as saudades que têm de uma boa corrida cheia de vento na cara ou de pegar uma criança ao colo. que o abanar do meu lenço sirva para continuar o que tantos deixaram por fazer. e que eu saiba ir no meu barco quando for a altura, porque navegar é preciso, viver não é preciso.

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